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Projeto do LAQV-REQUIMTE visa mitigar os riscos ambientais e para saúde humana da contaminação por PFAS

24-04-2024

Para mitigar os efeitos das PFAS (perfluoroalquilas e polifluoroalquilas) substâncias químicas sintéticas altamente poluentes que estão presentes em diversos produtos de consumo, desde panelas antiaderentes, a roupas ou cosméticos, – foi lançado, no dia 24 de abril, no Grande Auditório da NOVA FCT, o projeto ALERT-PFAS, coordenado pelos investigadores Ana B. Pereiro e João M. M. Araújo, do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE),  NOVA FCT.  O projeto visa desenhar e implementar uma estratégia transnacional para detetar, prevenir e mitigar a contaminação por essas substâncias no Sudoeste Europeu.

O ALERT-PFAS vai oferecer tecnologias avançadas, como sensores ópticos, processos de adsorção e degradação, materiais poliméricos, nanotecnologia e inteligência artificial, que permitirá detetar e monitorizar os PFAS em tempo real, prevenindo assim a sua acumulação e dispersão no ambiente. Neste projeto, serão realizadas várias ações piloto em parques naturais e áreas protegidas em Portugal, Espanha e França, especialmente aquelas afetadas por incêndios recentes.

Adicionalmente, o ALERT-PFAS visa também formar e sensibilizar todos os intervenientes na cadeia de valor, incluindo a população local.

Co-financiado pelo programa de cooperação Interreg Sudoe, o ALERT-PFAS tem um orçamento de €1.845.945,00, sendo 75% cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). O projeto reúne especialistas do sistema científico, centros de tecnologia, entidades públicas, fundações especializadas em transferência de conhecimento e uma entidade pública com competências em combate a incêndios e resgate, contando também com o apoio de 12 parceiros associados dos 3 países.

As instituições que integram o projeto são: NOVA FCT e Instituto de Telecomunicações (em Portugal); Fundación Empresa Universidad Gallega, Principado de Asturias, CETaqua, Universidad de Vigo e Fundación General de la Universidad de Burgos (em Espanha); Université Clermont Auvergne, Centre National de la Recherche Scientifique e Service Départemental d’Incendie et de Secours de l’Hérault Parc de Bel Air (França).

PFAS no ambiente

Atividades de monitorização nacional detetaram a presença de PFAS no ambiente em toda a Europa, e a produção e uso destes compostos em produtos resultaram na contaminação dos abastecimentos de água potável em vários países europeus. Em áreas altamente poluídas, as concentrações de PFAS na água potável excederam o valor limite proposto para PFAS individuais na Diretiva Europeia sobre Água Potável de 2018.

As PFAS de cadeia longa acumulam-se em humanos, animais e sedimentos/solos, enquanto as PFAS de cadeia curta acumulam-se no ambiente devido à sua persistência e alta mobilidade no ar e água. Avaliação do Projeto Poluição Eterna concluiu que uma considerável proporção da população europeia poderia exceder a ingestão semanal tolerável devido à exposição as PFAS através de alimentos e água potável.

Por sua vez, os custos para a sociedade decorrentes da exposição aos PFAS são elevados, com custos de saúde anuais estimados entre 52 a 84 mil milhões de euros em toda a Europa, de acordo com um estudo recente (o Projeto Poluição Eterna).

 

 Na imprensa:

https://expresso.pt/sociedade/2024-04-18-alerta-poluicao-eterna-projeto-...